domingo, 24 de julho de 2011

Liturgia do 17ª Domingo do Tempo Comum (Mt 13,44-52)



No evangelho de hoje temos a narrativa das três últimas parábolas, da coletânea do capítulo 13. As duas primeiras parábolas, a do tesouro encontrado no campo e a da perola de grande valor encontrada, revelam a supremacia absoluta do Reino dos Céus em relação a qualquer riqueza terrena. A descoberta do imenso valor do Reino, revelado por Jesus, gera uma tal alegria que a pessoa abre mão de tudo para aderir e participar, já, deste Reino. A terceira parábola tem certa semelhança com a parábola do joio e do trigo. Contudo aqui o núcleo da parábola é o julgamento escatológico, no fim dos tempos, com a separação entre os maus e os justos. Este dualismo entre maus e justos é decorrente da reinvidicação de povo eleito, e foi descartada e superada por Jesus. Particularmente, a descrição própria de Mateus quanto ao destino final dos maus, lançados na fornalha de fogo, com ranger de dentes, expressa um ato cruel que destoa com a prática misericordiosa e amorosa de Jesus.
Na primeira leitura encontramos uma bela apologia de Salomão, o que entra em contradição com a sua ambição desmedida, revelada em seu reinado. Por um lado, no Primeiro Testamento, Salomão é exaltado em suas posses, em seu harém, em sua haras, no seu poder, caracterizado por sua opressão sobre o povo. Por outro lado o texto de hoje lhe atribui grande sabedoria, dando-lhe grande projeção na tradição de Israel e judaica. Na comparação final, pode-se pensar que tenhamos uma identificação do autor do evangelho, atribuído a Mateus. Seria o autor este escriba que se tornou discípulo do Reino e reviu suas tradições, tirando delas coisas novas e velhas?


Texto parcial

José Raimundo Oliva

Nenhum comentário:

Postar um comentário